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A autovigilância através de medidores de glicose no sangue é uma componente chave dos programas de controlo e gestão da diabetes. A opinião é da LifeScan, que refere que estudos recentes demonstram que a introdução de um código de cores associado à medição da glicemia está a tornar-se fundamental para que utentes e profissionais de saúde alcancem um melhor controlo da doença, sem incremento de custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ainda com benefícios clínicos e económicos comprovados.
“A diabetes deve assumir uma importância e atenção especiais, dado que atinge mais de um milhão de portugueses, três mil e 300 crianças e 470 mil idosos”. Quem o defende é o presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), Prof. Doutor Davide Carvalho, que considera que a doença diz respeito a toda a família.
“A relação entre doenças cardiovasculares e diabetes é, do ponto de vista da saúde pública, preocupante e perigosíssima”. A propósito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala hoje, o Dr. Carlos Aguiar, cardiologista do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), alerta para as complicações nem sempre tidas em conta pelos doentes e partilha uma preocupação: “A mortalidade por doenças cardiovasculares tem vindo a diminuir, o que mostra os benefícios do controlo dos fatores de risco. Mas apesar disto, tem havido um aumento da prevalência da obesidade, que é um caminho para a diabetes do tipo 2. A minha preocupação é que este aumento de obesidade e diabetes venha a causar uma inflexão na mortalidade cardiovascular”.
O Ministério da Saúde tem subvalorizado a criação de uma consulta multidisciplinar com integração da Podologia nos cuidados primários de saúde, de forma a evitar as amputações do pé diabético. O alerta é deixado pela Associação Portuguesa de Podologia (APP), no âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala hoje, numa altura em que uma amputação custa ao estado português 25 mil euros por doente, valor que ascende aos 25 milhões por ano.
O Prof. Doutor João Raposo, diretor clínico da Associação Protetora de Diabéticos de Portugal (APDP), foi nomeado diretor do Observatório Nacional da Diabetes (OND), uma estrutura integrada na Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD). No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, o especialista destaca o facto de o Observatório ser uma ferramenta de extrema utilidade que, por existir em Portugal há 10 anos, causa até “inveja” a muitos países, como teve oportunidade de notar em diversos congressos internacionais. Aproveita ainda para salientar a importância de “não baixar a guarda na luta sem tréguas contra a pandemia da diabetes”.
Ainda existem vários mitos associados à diabetes e jovens com diabetes tipo 1 que são alvo de preconceito. O alerta é da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), no âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que antecipa a efeméride num evento a decorrer em Santarém, no dia 10 de novembro, onde serão partilhados testemunhos na primeira pessoa que provam que a doença não limita a vida, as escolhas e o futuro de quem vive com esta doença crónica.
Nove em cada 10 profissionais de saúde consideram que os cuidados de saúde em Portugal não estão devidamente organizados para o acompanhamento das pessoas com doenças crónicas, nomedamente com diabetes. As conclusões são do estudo português DAWN2 – A Diabetes Para além dos Números, o primeiro a nível nacional a analisar atitudes, desejos e necessidades na diabetes de pessoas que vivem com esta patologia, bem como familiares, cuidadores e profissionais de saúde da área. A investigação foi desenvolvida pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), com o apoio da Novo Nordisk, envolvendo 227 profissionais de saúde.
Novos estudos apresentados na 54.º Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD 2018) demonstram que os serviços de saúde e as estratégias de saúde destinadas a reduzir a prevalência de diabetes tipo 2 podem revelar-se ineficazes, a menos que abordem fatores sociais e culturais. Os investigadores relacionaram fatores como as tradições alimentares e os papéis tradicionais de cada género com o aumento da vulnerabilidade da diabetes nas cidades, onde três quartos das pessoas com a doença vão viver até 2045.
Para assinalar o Dia Mundial do Coração, que se celebrou a 29 de setembro, a Federação Internacional de Diabetes (IDF), em parceria com a Novo Nordisk, anunciou os resultados do estudo “Taking Diabetes to Heart”. O estudo global investigou a consciência sobre a doença cardiovascular (DCV) em 12.695 pessoas com diabetes tipo 2 e revelou que duas em cada três pessoas apresentam vários fatores de risco cardiovascular. Um em cada quatro inquiridos revelou que nunca discutiu o risco cardiovascular com um médico e um em cada quatro considera ter baixo risco de DCV.
A Sanofi estudou as vantagens de insulina glargina 300 U/mL através de vários ensaios clínicos controlados aleatorizados (head-to-head) e de evidência do mundo real (RWE) para obter uma visão ampla de como esta terapêutica afeta pessoas com diabetes aquando do início do tratamento com insulina basal. Dois destes estudos foram apresentados no 54th Annual Meeting of the European Association for the Study of Diabetes (EASD 2018).